quarta-feira, 24 de agosto de 2016

TEXTOS MATEMÁTICOS, INTERPRETAÇÃO


Na matemática, os alunos encontram dificuldades na  a leitura e interpretação de textos matemáticos. Muita das dificuldades encontradas nas aulas de matemática é justamente a leitura e interpretação das resoluções de problemas.
Os alunos encontram dificuldades em compreender textos matemáticos, pois existe uma ausência de um trabalho específico com o texto problema. O texto problema é carregado de conceitos específicos em matemática que, nem sempre são de conhecimento cotidiano do aluno. – total, diferença, ímpar, média, volume, produto.
Na leitura de um texto, existe uma interação entre leitor e autor, ou seja, ler não é apenas decodificar os signos, mas “dialogar” com o texto.
Na matemática, como nos afirma Fonseca e Cardoso (2005) in Escritas e Leituras na Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. pp.63-76  requer, como em qualquer outra disciplina, o ato da leitura. Trabalhar em sala de aula, atividades textuais que demandam conhecimentos matemáticos para serem lidos.
O texto de um problema envolve não apenas a linguagem, mas elementos matemáticos que nem sempre são claros para os alunos e sem esse conhecimento, não é possível avançar na interpretação de uma “resolução de problema matemático”. Em um texto matemático, trabalham-se dois tipos de linguagens diferentes – as palavras e os símbolos matemáticos.
Como qualquer outro tipo de leitura, se faz necessário trabalhar;
Vocabulário matemático. Aqui podemos formar, junto com o aluno, um dicionário, com os termos e frases com significados matemáticos.
Coesão textual. Enfatizando a coerência textual, se articula a pergunta com o restante do texto.
Dados numéricos. O aluno retira em separado, os dados numéricos do problema. Assim ele pode observar os dados a serem calculados.
Ausência de dados numéricos. O aluno explora o texto e a partir dele, indica os dados numéricos implícitos no contexto.
Escrita matemática: A escrita serve como forma de organizar as ideias para comunicar o pensamento matemático utilizado para a resolução de um problema.
 A compreensão matemática não se dá somente na leitura e escrita, mas também no diálogo entre as partes e seus conhecimentos prévios sobre o assunto, nos quais deverão ser explorados.
A criança trás consigo a noção de “quantidade”, “maior”, “menor”, “mais do que eu”, “menos do que eu”, no seu cotidiano. Só ainda não sabe colocar essa verbalização em forma matemática. Esse diálogo é muito importante, pois ai se faz a relação entre a escrita, a fala e a escrita matemática.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

LER É INTERPRETAR?


A leitura é indispensável  para a vida social, pois é através dela que nos comunicamos com o outro.  A leitura nas séries iniciais não seria só na construção da base alfabética, mas sim “decifrar” o código escrito. A prática de leitura passa por três dimensões;

Cultura letrada: O que significa isso? Como o professor pode ajudar o aluno a gostar de ler?

Fluência: O que significa isso? Como o professor pode ajudar o aluno a ganhar fluência?

Compreensão: O que é compreender um texto? Como ajudar o aluno a desenvolver estratégias de compreensão leitora?

Em nossa sociedade, apenas 26% da população é considerada plenamente alfabetizada, apesar de muitas crianças crescerem vendo a relação e a leitura e escrita com os mais velhos e a sociedade. Percebem a importância dos registros gráficos (listas, bilhetes, anúncios, jornal, TV, internet, livros etc.) para a sua comunicação e interação com a sociedade.

No entanto, por razões socioeconômicas e mesmo falta de hábito de leitura entre os familiares, as crianças só tem acesso a leitura na escola.

Nos anos iniciais, a atenção do aluno ao se deparar com a leitura de um texto, está direcionada à decodificação do texto. Por isso, ele lê mais devagar do que um leitor fluente.

Com o progressivo domínio da fluência e a ampliação do vocabulário mental*, o aluno será capaz de:

·         Ler com mais rapidez

·         Reconhecer palavras, grupos de palavras e até frases automaticamente.

·         Aprender o texto e partes dele como um todo significativo – compreensão global.

Para que o aluno seja incentivado a ler, converse sobre textos e o familiarize com a cultura escrita, assim ele ampliará o uso da via lexial, adquirindo mais rapidez, automatismo e fluência leitora.

*vocabulário mental: as palavras conhecidas e muito usadas formam o vocabulário mental, uma espécie de dicionário que os leitores constroem ao longo da vida. Para ler as palavras novas, utiliza-se a via fonológica. Leitores em fase de alfabetização usam essa via predominantemente.

A compreensão é um processo de interação entre leitor ( objetivo da leitura, conhecimentos prévios), texto (gênero, suporte, contexto) e autor (conhecimento a transmitir, informação).

A compreensão leitora depende:

·         Do conhecimento acumulado pelo leitor: conhecimento prévio, tema, gênero, suporte, associado à conhecimento do mundo leitor.

·         Dos objetivos/propósitos do leitor: orientam a interação entre o leitor e o texto, definindo o que ler e como ler.

·         Das estratégias do leitor: as estratégias são (“conteúdos” a serem ensinados, não modos de ensinar (metodologia).

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

PROJETO INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

A partir dos resultados das avaliações externas, verificamos que as nossas crianças apresentam dificuldades na interpretação de um texto, ou seja, não é só aprender a ler, decodificar as palavras, mas se apropriar dos significados delas.

Interpretar um texto é entender o que se está lendo.

O aluno quando entende o que está escrito, aquelas letras passam a ter significado e importância para ele. O texto deixa de ser um monte de palavras e passa a ser uma informação nova. Essa informação nova é a aprendizagem.

A Hermenêutica, a área da filosofia que estuda isso, diz que é preciso seguir três etapas para se obter uma leitura ou uma abordagem eficaz de um texto:

 a) Pré-compreensão: toda leitura supõe que o leitor entre no texto já com conhecimentos prévios sobre o assunto ou área específica. Isso significa dizer, por exemplo, que se você pegar um texto que possa ser relacionado com a realidade do aluno. Assim sendo, ele vai trazer seus conhecimentos sobre o assunto, ou seja, conhecimentos prévios que possam embasar a leitura.

Ações:

Viu uma palavra esquisita? Procure o significado dela, podendo usar o dicionário.

Aqui o aluno já vai aumentando seu repertório de palavras, seus significados e sinônimos.

Com a leitura de frases, o aluno descobre que através das frases, se expressam as ideias sobre o texto. Nessa fase, podemos trabalhar novas frases, mas sem perder o significado do texto.

Atividades:

Lista de palavras

Escrita ou reescrita de frases, a partir de gravuras ou exploração na oralidade.

 

b) Compreensão: já com a pré-compreensão ao entrar no texto, o leitor vai se deparar com informações novas ou reconhecer as que já sabia. Por meio da pré-compreensão o leitor “prende”  a informação nova com a dele e “agarra” (compreende) a intencionalidade do texto. É costume dizer: “Eu entendi, mas não compreendi”. Isso significa dizer que quem leu entendeu o significado das palavras, a explicação, mas não as justificativas ou o alcance social do texto. “O que o texto fala”

Ações:

Na roda de conversa, a partir do entendimento do texto, o aluno trazer suas experiências sobre o assunto. Trazer o texto para a sua realidade.

Atividades:

Registro na lousa das estórias dos alunos.

c) Interpretação: agora sim. A interpretação é a resposta que você dará ao texto, depois de compreendê-lo (sim, é preciso “conversar” com o texto para haver a interpretação de fato). É formada então o que se chama “fusão de horizontes”: o do texto e o do leitor. A interpretação supõe um novo texto. Significa abertura, o crescimento e a ampliação para novos sentidos.

Ações:

Explorar, através de atividades de pesquisa, como o aluno falaria essa estória se ele fosse o personagem.

Atividades:

Produção individual, pois aqui o aluno vai colocar suas ideias, fazer a sua estória a partir do entendimento da estória lida.

Essas produções alem de gráfica, pode também ser através de desenhos. Isso varia de acordo com a fase em que o aluno se encontra.

 

Leitura de textos diversos para alunos já alfabetizados

 

1) Leia com um dicionário por perto

Não existe mágica para atingir a primeira etapa, a da pré-compreensão. O único jeito é ter um bom nível de leitura. Além de ler bastante, você pode potencializar essa leitura se estiver com um dicionário por perto. Viu uma palavra esquisita, que você não conhece? Pegue um caderninho (vale a pena separar um só pra isso) e anote-a. Em seguida, vá ao dicionário e marque o significado ao lado da palavra. Com o tempo o seu vocabulário irá crescer e não vai ser mais preciso ficar recorrendo ao dicionário toda hora.

 

2) Faça paráfrases

Para chegar ao nível da compreensão, é recomendável fazer paráfrases, que é uma explicação ou uma nova apresentação do texto, seguindo as ideias do autor, mas sem copiar fielmente as palavras dele. Para isso é bom registrar essas paráfrases no caderno.

Ações:

Registras a paráfrase;

*Comece sublinhando as ideias principais, selecione as palavras-chave que identificar no texto e parta para o resumo. Atente-se ao fato de que resumir não é copiar partes, mas sim fazer uma indicação, com suas próprias palavras, das ideias básicas do que estava escrito.

*Além dos passos do resumo, também inclui a sua participação com um comentário sobre o texto. Você deve pensar sobre as qualidades e defeitos da produção, justificando o porquê.

*Depois de encontrar as ideias ou palavras básicas de um texto, você faz um esqueleto do texto em tópicos ou em pequenas frases.

 

3) Leia no papel

Um estudo feito em 2014 descobriu que leitores de pequenas histórias de mistério em um Kindle, um tipo de leitor digital, foram significantemente piores na hora de elencar a ordem dos eventos do que aqueles que leram a mesma história em papel. Os pesquisadores justificam que a falta de possibilidade de virar as páginas pra frente e pra trás ou controlar o texto fisicamente (fazendo notas e dobrando as páginas) limita a experiência sensorial e reduz a memória de longo prazo do texto e, portanto, a sua capacidade de interpretar o que aprendemos. Ou seja, sempre que possível, estude por livros de papel ou imprima as. Vale fazer notas em cadernos, pois já foi provado também que quem faz anotações à mão consegue lembrar melhor do que estuda.

 

4) Reserve um tempo do seu dia para ler devagar

Uma das maiores dificuldades de quem precisa ler muito é a falta de concentração. Quem tem dificuldades para interpretar textos e fica lendo e relendo sem entender nada pode estar sofrendo de um mal que vem crescendo na população da era digital. Antes da internet, o nosso cérebro lia de forma linear, aproveitando a vantagem de detalhes sensoriais (a própria distribuição do desenho da página) para lembrar de informações chave de um livro. Conforme nós aumentamos a nossa frequência de leitura em telas, os nossos hábitos de leitura se adaptaram aos textos resumidos e superficiais (afinal, muitas vezes você tem links em que poderá “ler mais” – a internet é isso) e essa leitura rasa fez com que a gente tivesse muito mais dificuldade de entender textos longos.

Os especialistas explicam que essa capacidade de ler longas sentenças (principalmente as sem links e distrações) é uma capacidade que você perde se você não a usar. Os defensores do “slow-reading” (em tradução literal, da leitura lenta) dizem que o recomendável é que você reserve de 30 a 45 minutos do seu dia longe de distrações tecnológicas para ler. Fazendo isso, o seu cérebro poderá recuperar a capacidade de fazer a leitura linear. Os benefícios da leitura lenta vão bem além. Ajuda a reduzir o estresse e a melhorar a sua concentração!

 

Bibliografia

sábado, 16 de julho de 2016

A escola que temos hoje é de ontem?


A escola do futuro ou do passado?
A escola tem WIFI?
Passamos por situações de conflito, nas quais alunos, revindicam o acesso ao Wifi da escola e o uso da sala de informática.
A escola ainda hoje, apesar de toda a tecnologia já existente, ainda sobrevive com giz, lousa e saliva do professor. Temos sim escolas com computadores, data show, mas estes, muitas vezes sem muitas condições de uso, pois temos problemas de manutenção dos equipamentos e até mesmo de acesso a internet, por linha telefônica.
A cultura evoluiu, mas o sistema educacional continua do século passado. Como disse anteriormente em outra postagem. Temos uma escola com estrutura do século 19, tentamos reformular a educação ás bases do século 20 e temos alunos do século 21 matriculados nela.
Como podemos ter uma escola atrativa para os alunos se esta, não traz para seu interior a realidade social?
A nossa sociedade é abarrotada de informação de todos os campos.e para isso, a escola deve desenvolver no aluno as competências e habilidades de como tratar essa informação e transformá-la em conhecimento. A escola não pode mais ser um modelo baseada em assimilação de conteúdos, mas sim de interação desses conteúdos com a informação, gerando assim um aprendizado mais condizente com a realidade do aluno, mas significativo para ele.
Estamos em uma Era de inclusão digital. Pera ai, inclusão digital é a democratização do acesso às tecnologias, de forma a permitir a inserção de todos na chamada  sociedade de informação. Não é só isso, também implica no desenvolvimento de competências para o seu uso.
Se a escola não oferecer oportunidades de desenvolvimento dessas competências, a inclusão seria pífia.
A escola tem computadores, mas desenvolve as competências para o seu uso? A escola tem planejamento, ou pelo menos um tópico de como desenvolver essas competências no aluno e professores?
No Brasil, a defasagem do uso das novas tecnologias é muito grande, não só na rede pública, mas também em muitas escolas da rede privada. Para isso, muitos governos e gestores, buscam uma formação continuada para professores para o uso das novas tecnologias.
A falta de percepção da importância das novas tecnologias na educação, traz a dicotomia entre a planejamento de "sala de aula" e planejamento da "sala de informática".
Assim sendo, temos de integrar as tecnologias em nossa proposta pedagógica, assim como, já esta disponível a lousa e o giz.
As novas tecnologias, tem de serem agregadas, assim como foi incorporada a lousa, o giz e os livros didáticos.
O docente está aberto as novas mudanças que ocorrem na educação através das novas tecnologias? O docente faz seu planejamento já incorporando as novas tecnologias? Se faz, ele consegue muitas vezes ter o acesso a elas, disponibilidade?
Na proposta pedagógica da escola, as novas tecnologias fazem parte dos planejamentos e estão sempre disponíveis? No plano escolar, a "sala de informática" é uma sala simplesmente, mais uma, para limpar? Nesse plano, essa sala de informática, tem um planejamento que o professor se encaixa ou é a sala de informática que se encaixa no planejamento do professor?
Até responder essas questões, vejo sim, alunos que se dizem incluídos digitalmente, usando celulares antes, durante e depois das aulas, para tirar 'selfie". Ainda, não presenciei uma pesquisa relacionada ao conteúdo, feita por alunos com celular. Computador? Piscou, os alunos estão nos jogos ou vendo vídeos, sem relação com o conteúdo que está sendo trabalhado.
Nessa realidade, vejo alunos e professores mal preparados para o uso dessas tecnologias.

sábado, 12 de setembro de 2015

CONSELHO ESCOLAR E O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM




“Tudo o que a gente puder fazer no sentido de convocar os que vivem em torno da escola, e dentro da escola, no sentido de participarem, de tomarem um pouco o destino da escola na mão, também. Tudo o que a gente puder fazer nesse sentido é pouco ainda, considerando o trabalho imenso que se põe diante de nós, que é o de assumir esse país democraticamente”.
 Paulo Freire

O conselho Escolar é um órgão colegiado, que envolve todos os segmentos da escola, constituindo-se em um espaço de construção de novas maneiras de compartilhar o poder de decisão e a corresponsabilidade da escola.
Esse colegiado é formado pelo diretor, professor, funcionário, aluno, família e representante da comunidade nesta proporção:
·         40% dos docentes
·         5% de especialistas de educação (exceto Diretor de escola)
·         5% de funcionários
·         25% de pais de alunos
·         25% de alunos
Esses representantes são eleitos pelos seus pares, por eleição. Além dessa composição, podem fazer parte membros da comunidade escolar e local, com direito a voz, mas sem direito a voto.
Esse colegiado, visa discutir, definir e acompanhar o desenvolvimento da Proposta Pedagógica da escola. Além desse papel, o conselho Escolar tem outras funções importantes:
·         Deliberativa: Refere-se tanto às tomadas de decisão relativas às diretrizes e linhas gerais das ações pedagógicas, administrativas e financeiras quanto ao direcionamento das políticas públicas, desenvolvidas no âmbito escolar.
·         Consultiva: Refere-se não só à emissão de pareceres para dirimir as dúvidas e tomar decisões como também às questões pedagógicas, administrativas e financeiras, no âmbito de sua competência.
·         Fiscalizadora: Refere-se ao acompanhamento e à fiscalização da gestão pedagógica, administrativa e financeira da unidade escolar, garantindo a legitimidade de suas ações.
·         Mobilizadora: Refere-se ao apoio e ao estímulo às comunidades escolar e local em busca da melhoria da qualidade do ensino, do acesso, permanência e aprendizagem dos estudantes.
·         Pedagógica: Refere-se ao acompanhamento sistemático das ações educativas desenvolvidas pela unidade escolar, objetivando a identificação de problemas e alternativas para melhoria de seu desempenho, garantindo o cumprimento das normas da escola, bem como a qualidade social da instituição escolar.
O Projeto Político pedagógico é um instrumento que garante a qualidade do processo ensino aprendizagem. Neste projeto, tem de se levantar o tipo de comunidade na qual o aluno está inserido, seus costumes, seu lazer. Esse levantamento serve para conhecer a realidade do aluno e proporcionar uma aprendizagem direcionada a ele, significativa. O aluno só aprende se for algo significativo para ele. A aprendizagem tem de fazer sentido e possibilitar a transformação positiva desse indivíduo. A aprendizagem que falo aqui não é só de conteúdos informais, mas também de conteúdos formais. Esses que auxiliam na formação social do indivíduo.
Para termos uma educação de qualidade se faz necessário refletir sobre essas questões: Por que o aluno não aprende? Por que temos casos de indisciplina na escola? O professor ensina? A aprendizagem é só de responsabilidade do professor? Aqui as respostas, certamente nos remetem a um leque de interferências: Sociais, Materiais e Pedagógicas. Não são respostas que nos remetem a apontar erros e falhas, mas sim para identificar a causa do problema e procurar as soluções.
Como o CE pode realizar esse trabalho? Participando da elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola. A escola representa a comunidade e a comunidade representa a escola. Assim sendo, o CE que é formado por todos os segmentos que compõem a escola, deve ser corresponsável na elaboração e aplicação da proposta pedagógica da escola.
 O conselho Escolar, não surgiu para controlar a escola, mas para ajudar a fortalecer a qualidade do ensino desta escola. O Conselho Escolar tem de atuar, não é para ver se tem um bom ou ruim professor, mas identificar se tem um professor que necessite de uma melhor formação, para atrair seus alunos. Não é para apontar os problemas estruturais da escola, que possam atrapalhar o processo de aprendizagem, mas sim de identificar esses problemas e ajudar a buscar soluções. Não é para identificar esse ou aquele aluno indisciplinado, mas aprofundar no problema e buscar a causa dessa indisciplina ou desinteresse pela escola.
O aluno é um sujeito, inserido em uma sociedade na qual transforma e é transformada. Partindo desse pressuposto, o processo de ensino aprendizagem, foge da monogâmica relação professor/aluno e passa a ser aluno/professor/família/comunidade. Se todos esses elementos fazem parte do processo de ensino aprendizagem e o Conselho Escolar é formado por professores, alunos, família e comunidade, logo o Conselho Escolar também é corresponsável por esse processo.
Para se delegar essa responsabilidade, temos de conhecer o papel de cada segmento no conselho Escolar e qual a sua intervenção no processo de ensino aprendizagem.
Vamos refletir com essas questões:
·         Qual o papel da família na aprendizagem dos educandos?
·         Qual o papel do professor na aprendizagem dos educandos?
·         Qual o papel da escola na aprendizagem dos educandos?
·         Qual o papel da comunidade na aprendizagem dos educandos?
A partir dessas discussões, começam a surgir ações para a integração e efetivação da proposta pedagógica da escola. Se eu quero uma mudança, tenho de ter claro que eu tenho de mudar.


BIBLIOGRAFIA
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad2.pdf





segunda-feira, 20 de abril de 2015

INDICADORES EDUCACIONAIS....... PARA QUE?

Uma chuva de indicadores educacionais e avaliações para que? Para constatar em todos eles o que já se sabe: O aluno das escolas brasileiras lê e escreve muito mal. Com esses dados, vamos refletir e estudar sobre metodologias: Piaget, Decroly, Vygotsky, Freinet e outros. Em uma nova concepção de didática, temos: “Programa Ler e Escrever”, “Programa Toda a força no ciclo I”.
Todo esse aparato de estudo e pesquisa, nos remetem às dificuldades de leitura e interpretação de textos, pois uma educação com qualidade exige a exploração da linguagem oral e escrita desde a Educação Infantil.
Já na Educação Infantil, se deve desenvolver pro professores e pais, o incentivo à leitura diversificada. Produzir leitores é um desafio, pois estes estão desaparecendo. A leitura é uma espécie de diálogo entre autor e leitor. Nesse processo o leitor constrói significados para o texto e o compreende. Param que a interação entre autor e leitor aconteça, no entanto é preciso que o leitor disponha de conhecimentos que nem sempre são obtidos em situações escolares.
A leitura é mais eficiente quando os leitores conhecem as convenções, as características, o tipo de estrutura da leitura em que vão iniciar. Será que o leitor conhece as intenções comunicativas do autor? O texto é para informar, comunicar, divertir, apresentar uma argumentação? Em que época foi escrito? Para quem? O leitor deve conhecer os vários tipos de gêneros de leitura.
O leitor deve ter um objetivo para essa leitura. Os objetivos do leitor, determinam suas estratégias de leitura e o ritmo da mesma. Ler por ler ou ler pra que
Não só de objetivos se faz uma leitura, mas também de experiências anteriores de leitura. Essas experiências anteriores de leitura e de vida, podem influenciar nas atitudes do leitor e sua capacidade de interpretar e criticar.
Um bom leitor não se faz por acaso, ele começa na infância, em casa, com a família oferecendo contato com a leitura e despertando sua importância para o entendimento. Estudar palavras soltas, sílabas isoladas e exercícios repetitivos de cópias pode sim, desestimular o interesse pela leitura e escrita.
A maneira de se encarar o ato de ler, pode sim influenciar a maneira de escrever. A leitura, como a escrita, não dever ser encarada como decodificação de sons e letras, mas sim, atividades que façam sentido para o aluno, tanto na leitura como na escrita.
O mundo está cheio de coisas escritas e provavelmente, as crianças desde cedo, já sabem que aquela “escrita”, quer dizer alguma coisa. Elas não entendem aquela “grafia estranha”, mas sabem que tem um significado e servem para transmitir uma mensagem. Quando as crianças chegam na escola, elas já levam de casa algumas experiências com leitura e escrita, feitas em casa, com a família.
Famílias, com um pouco mais de hábitos de leitura, principalmente os pais, induzem nas crianças, formas de leitura também como prazer e instrumento de comunicação pessoal. Ao mesmo tempo, muitas crianças foram escolarizadas exclusivamente com cartilhas e livros didáticos, sem ter sido convidada a folhear livros, jornais ou até mesmo um simples catálogo informativo, muitas vezes não gostam de ler.
Para uma criança, em idade escolar, não basta ser alfabetizado, tem de ser letrado. O letramento consiste na prática social da leitura e da escrita. Para Magda Soares (1998) “letramento é o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais da leitura e escrita; é também o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita e suas práticas sociais”.

Para formar indivíduos letrados e não só alfabetizados, precisamos criar situações de leitura com tipos de textos que circulem no meio social. Textos que façam sentido na vida social da criança. Toda a criança, deve em seu tempo escolar, saber ler e redigir uma carta, interpretar uma bula de remédio, se familiarizar com a ficha de um animal do zoológico. Pesquisar uma palavra ou tema na internet ou mesmo em um livro.

domingo, 12 de abril de 2015

RESILIÊNCIA NA EDUCAÇÃO, POSSIBILIDADE OU REALIDADE!



Falamos muito de mudanças na escola, a “escola” precisa se reinventar, tornar-se mais atrativa para o aluno. É estranho esse termo, pois a “escola” somos nós. Nós precisamos nos reinventar. Aqui falo não só de professores, mas coordenadores, diretores, funcionários, pais, alunos e comunidade e a própria Secretaria da Educação, com suas resoluções, normas, decretos e etc. e tal.
A sociedade apresenta novos desafios e busca por espaços profissionais e pessoas, por isso temos de nos preservar psicologicamente e dar as respostas ás exigências propostas. Reagir com flexibilidade e capacidade de recuperação diante dos desafios, tendo uma atitude otimista.
Em Psicologia, o termo “Resiliência” é visto como uma pressão às situações de risco e a capacidade de dar respostas a um ajustamento, ou seja, a capacidade do indivíduo se ajustar e adaptar-se a uma nova situação, como resposta à pressão ou situação de risco ou estresse. Esse processo leva a evolução do indivíduo, pois ele trabalha suas “defesas psicológicas e culturais”.
Resiliência, segundo Ruegg (1997) seria a resistência e perseverança da pessoa humana face às dificuldades que encontra. Isso não quer dizer que essas pessoas se tornem mais passivas e conformadas. Ao contrário, espera-se que elas se tornem mais fortes e equipadas para poder intervir de modo mais eficaz, na transformação da própria sociedade.
A formação do cidadão passa pela escola e a importância de se repensar no processo ensino aprendizagem. Aqui não só ensino aprendizagem aluno-professor, mas ensino aprendizagem escola-cidadão. Para uma pessoa, determinada situação pode gerar perigo e enquanto para outra, pode ser um grande desafio a sua evolução.
Garbardino (1992) “aqueles que estudam a pessoa numa perspectiva ecológica, são capazes de ver o indivíduo e seus ambientes como sistemas de formação mútuos, onde cada sistema muda no decorrer do tempo e cada um deles adapta-se como resposta às mudanças ocorridas no primeiro...”
É preciso pôr as pessoas a pensar, a refletir, a questionar e a questionar-se e não a responder a perguntas colocadas pelos outros e, aqui entram professores e educadores, reduzindo o conhecimento do que está implícito na pergunta.
Os alunos e professores deveriam interagir nos processos de ensino-aprendizagem como colocadores de questões inovadoras e desafiantes e não como respondentes a perguntas feitas e estereotipadas sobre os saberes adquiridos e estáticos.
A resiliência aplicada na escola, mexe não só com a forma, mas mexe com o conteúdo e principalmente com sua estrutura organizacional.
TAVARES, José - Resiliência e educação -2001